domingo, 8 de março de 2015

LIGUE 180 REGISTROU 485 MIL LIGAÇÕES EM 2014


Em 2014, a Central de Atendimento à Mulher - Ligue 180 realizou 485.105 atendimentos, uma média de 40.425 atendimentos ao mês e 1.348 ao dia. Desde a criação do serviço em 2005, foram mais de 4 milhões de atendimentos.

O balanço foi divulgado nesta sexta-feira (6) pela ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, Eleonora Menicucci. Na oportunidade a ministra anunciou a ampliação do Ligue 180 - Internacional para mais 13 países.

"Com o serviço, o encaminhamento para o órgão competente é realizado assim que a denúncia é feita. Se a mulher está na região Norte, Sul, ou Sudeste ela é encaminhada para o órgão competente mais próximo e aí o processo começa andar. A mulher tem a resolução do problema dela com mais eficácia e rapidez", disse a ministra em entrevista coletiva.

Em comparação a 2013, o Ligue 180 registrou, em 2014, aumento de 50% nos registros de cárcere privado de mulheres, uma média de 2,5 registros/dia.

No caso de estupros denunciados, o aumento foi de 18%, uma média de três denúncias/dia. A violência sexual contra a mulher, que inclui estupros, assédios e exploração sexual, cresceu 20% em 2014, uma média de quatro registros/dia.



Menicucci enalteceu ainda a qualificação das atendentes. Segundo a ministra, as profissionais passam por capacitação e acompanhamento psicológico. "Não pense que o Ligue 180 é apenas uma central telefônica, não é! É um serviço de acolhimento e apoio para as mulheres."

A ministra da SPM falou também sobre a importância da denúncia partir não apenas da vítima, mas também por outras pessoas que flagrem ou desconfiem de algum tipo de violência contra a mulher. "É uma sociedade machista e patriarcal que temos no Brasil e no mundo todo que permeiam os valores culturais em que se diz que em briga de marido e mulher não se mete a colher. O estado tem a obrigação de meter a colher com políticas públicas eficientes para mudar essa situação", apontou.

A titular da pasta ressaltou ainda que hoje em dia as mulheres estão mais confiantes nas políticas públicas governo. "Elas estão vendo que o enfrentamento da violência está funcionando", finalizou Menicucci.

Ligue 180

O Ligue 180 foi criado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres em 2005, para servir de canal direto de orientação sobre direitos e serviços públicos para a população feminina em todo o País. A ligação é gratuita.

O serviço é a porta principal de acesso aos serviços que integram a rede nacional de enfrentamento à violência contra a mulher, sob amparo da Lei Maria da Penha, e base de dados privilegiada para a formulação das políticas do governo federal nessa área.

Em 2014, do total de 52.957 denúncias de violência contra a mulher, 27.369 corresponderam a denúncias de violência física (51,68%), 16.846 de violência psicológica (31,81%), 5.126 de violência moral (9,68%), 1.028 de violência patrimonial (1,94%), 1.517 de violência sexual (2,86%), 931 de cárcere privado (1,76%) e 140 envolvendo tráfico (0,26%).



Perfil de quem denuncia

Com relação ao perfil do usuário do Ligue 180, é importante registrar que o serviço é majoritariamente procurado pelo sexo feminino (85,8%). Em sua grande maioria (80%), as mulheres relatam violências praticadas por homens (companheiros, cônjuges, namorados, amantes) com os quais mantêm ou mantiveram algum vínculo afetivo (82,53%).

As denúncias restantes estão relacionadas a relações familiares (11,20%), relações externas (5,93%) e homoafetivas (0,34%).

Homens

Em 2014, contudo, houve um aumento na procura do serviço por homens (de 13%, em 2013, para 14%). Foram registrados 7.518 atendimentos a pessoas do sexo masculino, que relataram episódios de violência contra mulheres.

Mas são as mulheres que mais denunciam a violência da qual são vítimas (70,75%) na Central de Atendimento. Em seguida vêm os vizinhos (6,54%), as mães (3,38%), os irmãos das vítimas (2,72%) e outros (16,61%).

Os relatos das vítimas revelam que a violência tem início logo no primeiro ano de convivência do casal (23,51%) ou de um até cinco anos (23,28%). Dos atendimentos registrados em 2014, 80% das vítimas tinham filhos, sendo que 64,35% deles presenciavam a violência,  e 18,74% eram vítimas diretas juntamente com as mães.

Registros de atendimentos

A comparação entre a população feminina das unidades federativas e o número de registros de atendimento no Ligue 180 permite concluir que o município de Campo Grande, onde a Secretaria de Políticas para as Mulheres inaugurou em 3 de fevereiro a primeira Casa da Mulher Brasileira, é a capital com a maior taxa de ligações, seguida por Brasília (DF) e Vitória (ES).

Por estado, o Distrito Federal foi o que mais procurou o Ligue 180 (158,48%), seguido de Mato Grosso do Sul (91,61%), Rio de Janeiro (91,18%), Espírito Santo (85,59%) e Amapá (82,93%).  Em 2014, a Central de Atendimento à Mulher atendeu 27 unidades da Federação e 3.853 dos 5.570 municípios brasileiros (69,1%).

Já entre as 30 primeiras cidades que mais procuraram o Ligue 180 em 2014, proporcionalmente à respectiva população feminina, estão aquelas com menos de 20 mil habitantes. Salvador das Missões (RS), Amapá (AP) e Gabriel Monteiro (SP) ocupam as primeiras posições entre as que mais recorreram ao serviço. Destaque-se que o número de habitantes atendidos na zona rural brasileira quadruplicou ano passado em relação a 2013.



Outras estratégias

A ministra citou alguns dos trabalhos do governo para combater a violência contra a mulher, entre eles, ampliar para dez os Centros de Atendimento às Mulheres nas regiões de fronteira seca; o funcionamento, que começou há um ano, de 54 ônibus que levam orientação e atendimento para mulheres do campo e florestas; além de um barco, que com parceria com a Caixa Econômica, leva atendimento para as mulheres ribeirinhas.

Menicucci reforçou a construção de 27 Casas da Mulher Brasileira. Os locais reúnem todos os serviços públicos destinados a mulheres vítimas de violência ou em situação vulnerável: delegacia de polícia, defensoria pública, posto médico, salas de atendimento psicossocial.

A primeira Casa foi inaugurada em Campo Grande (MS) em fevereiro, e em um mês, já atendeu 2 mil mulheres, com 544 encaminhadas para medidas protetivas. Também resultou em quatro homens presos por conta do crime, sendo um deles um dos eletricistas que trabalharam na construção da Casa.  A próxima Casa da Mulher Brasileira será inaugurada em Brasília (DF) em abril.

A ministra falou ainda sobre o Dia Internacional da Mulher, a ser comemorado no domingo (8). “Estamos no mês que comemoramos a luta das mulheres no mundo e é uma data que minha vida inteira eu dediquei para não ter que comemorá-lo. Quando chegar o dia que eu não tenha que comemorar para afirmar a existência de metade da população brasileira e as mães da outra metade, é porque os direitos estão conquistados e existe igualdade de direitos sem preconceito e discriminação contra nós mulheres", disse Menicucci.

Fonte:    Portal Brasil, com informações da Secretaria de Políticas para as Mulheres






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