A Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde (UNA-SUS)
divulgou, em fevereiro, dados consolidados sobre o Curso Saúde da População
Negra, módulo produzido em parceria com o Departamento de Apoio à Gestão
Participativa (DAGEP), da Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa do
Ministério da Saúde (SGEP/MS).
Segundo os números apresentados, 4.473 pessoas foram
matriculadas no curso e, até fevereiro, 150 pessoas o concluíram. Dos cursistas
que informaram seus estados de origem, São Paulo, Bahia e Minas Gerais, são,
respectivamente, os estados com mais inscritos.
O curso, disponível no site da UNA-SUS, é autoinstrucional e
tem como foco a capacitação de profissionais que trabalhem na rede pública de
saúde com vistas à eliminação do racismo institucional dentro do SUS. Além
disso, também busca ampliar os conhecimentos desses profissionais para
atendimento adequado às especificidades de saúde da população negra, conforme
orientado pela Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, portaria
GM/MS 992, de 13 de maio de 2009.
Visibilidade
Para muitos profissionais da saúde que nunca tiveram contato
diretamente com a temática ou ainda não conheciam a Política Nacional de Saúde
Integral da População Negra, o curso se mostrou uma ferramenta inovadora.“Até
participar das atividades do curso, não tinha analisado a questão por esta
ótica, mas pude perceber que diariamente nos deparamos com situações que se
traduzem no conceito do racismo institucional, habitualmente de maneira
implícita, nas entrelinhas de palavras e atitudes”, disse a médica baiana, Taís
Sena.
Segundo a UNA-SUS, os cursos ofertados por sua plataforma de
educação à distância nunca fecham e são ininterruptos “Assim que um período de
matrícula acaba, outro se inicia logo sem seguida. Dessa forma, as avaliações
do curso como dados estatísticos e perfil de participantes são feitas
mensalmente, até o fim da primeira oferta, quando é feito um balanço geral”,
diz Alysson Lemos, coordenador de Monitoramento e Avaliação da Secretaria
Executiva do Sistema UNA-SUS.
A iniciativa tem 45 horas de duração e é composto por três
unidades, que incluem 50 questões, distribuídas em onze atividades. Dezenas de
cursistas obtiveram medalha ouro na avaliação formativa, que reflete um
conjunto de atividades realizadas nas unidades do curso. Obter a medalha ouro é
prerrogativa para realização da prova final do curso, que é composta por 15
questões. Só poderá ser certificado o aluno que obtiver o mínimo de 11 acertos.
Repensar atitudes
A proposta pedagógica estimula ao aluno a questionar suas
próprias relações e conceitos adquiridos sobre saúde e racismo. “Considero uma
experiência fundamental para os profissionais de saúde que pretendem uma ação
centrada no cuidado com equidade”, refletiu a psicóloga da cidade mineira de
Paraisópolis, Lauren Moreaux, outra cursista que concluiu o curso.
Desenvolvido pela Secretaria de Gestão do Trabalho e da
Educação na Saúde (SGTES), em parceria com a Secretaria de Gestão Estratégica e
Participativa (SGEP), ele tem inscrições gratuitas abertas no site da
Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS).
Fonte: Ministério da Saúde
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