O Ministério da Saúde lançou, nesta quarta-feira (5), o novo
Guia Alimentar para a População Brasileira. A atualização da publicação relata
quais cuidados e caminhos são recomendados para se alcançar uma alimentação
saudável, saborosa e balanceada.
A nova edição, ao invés de trabalhar com grupos alimentares
e porções recomendadas, indica que a alimentação tenha como base alimentos
frescos (frutas, carnes, legumes) e minimamente processados (arroz, feijão e
frutas secas), além de evitar os ultraprocessados (como macarrão instantâneo,
salgadinhos de pacote e refrigerantes).
A intenção do Guia Alimentar é promover a saúde e a boa
alimentação, combatendo a desnutrição, em forte declínio em todo o País, e
prevenindo enfermidades em ascensão, como a obesidade, o diabetes e outras
doenças crônicas, como AVC, infarto e câncer.
Além de orientar sobre qual tipo de alimento comer, a
publicação traz informações de como comer e preparar a refeição, e sugestões
para enfrentar os obstáculos do cotidiano para manter um padrão alimentar
saudável, como falta de tempo e inabilidade culinária.
“A carga de doença associada à obesidade é imensa. Para sair
da agenda da doença, precisamos trabalhar pela melhoria da alimentação e
incentivar a prática de hábitos saudáveis. Não estamos proibindo nada, mas
temos recomendações claras de qual alimento priorizar”, destaca o ministro da
Saúde, Arthur Chioro.
Dados da pesquisa Vigitel 2013 (Vigilância de Fatores de
Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) indicam que
atualmente 50,8% dos brasileiros estão acima do peso ideal e 17,5% são obesos.
Os percentuais são 19% e 48% superiores que os registrados em 2006 - quando a
proporção de pessoas acima do peso era de 42,6% e de obesos era de 11,8%.
Redigido em linguagem acessível, o Guia Alimentar se dirige
às famílias diretamente e, também, a profissionais de saúde, educadores,
agentes comunitários e outros trabalhadores cujo ofício envolve a promoção da
saúde da população.
A versão impressa do documento, com 151 páginas ilustradas,
será distribuída às unidades de saúde de todo o país, e a versão digital está
disponível no portal do Ministério da Saúde.
O Guia orienta as pessoas a optarem por refeições caseiras e
evitarem a alimentação em redes de fast food e produtos prontos que dispensam
preparação culinária (‘sopas de pacote’, pratos congelados prontos para
aquecer, molhos industrializados, misturas prontas para tortas).
Outras recomendações são o uso moderado de óleos, gorduras,
sal e açúcar ao temperar e cozinhar alimentos, e o consumo limitado de
alimentos processados (queijos, embutidos, conservas), utilizando-os,
preferencialmente, como ingredientes ou parte de refeições. Na hora da
sobremesa, o ideal é preferir as caseiras, dispensando as industrializadas.
Destaque especial é dado também às circunstâncias que
envolvem o ato de comer, aconselhando-se regularidade de horário, ambientes
apropriados e, sempre que possível companhia.
O ideal é desfrutar a alimentação, evitar a refeição
assistindo à televisão, falar no celular, ficar em frente ao computador ou
atividades profissionais.
Preparação do alimento
O novo guia também busca valorizar a culinária, e indica o
planejamento das refeições e interação social, com o envolvimento de amigos e
família na elaboração da comida. “No Brasil e em muitos outros países, a
transmissão de habilidades culinárias entre gerações vem perdendo força”,
admite a coordenadora de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde e
responsável pela coordenação geral do projeto de elaboração do Guia Alimentar,
Patrícia Jaime.
“Por isso, o Guia Alimentar dedica uma parte importante de
suas recomendações à valorização do ato de cozinhar, ao envolvimento de homens
e mulheres, adultos e crianças nas atividades domésticas relacionadas ao preparo
de refeições e à defesa das tradições culinárias como patrimônio cultural da
sociedade”, enfatiza.
Ambiente sustentável
O Guia Alimentar foi produzido em parceria com o Núcleo de
Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo e
com o apoio da Organização Pan-Americana da Saúde e substitui a versão anterior
de 2006.
O processo de elaboração envolveu profissionais de saúde,
educadores e representantes de organizações da sociedade civil de todas as
regiões do Brasil. A conclusão contou ainda com o resultado de uma consulta
pública que envolveu 436 participantes e recebeu 3.125 comentários e sugestões.
O novo guia dá grande importância às formas pelas quais os
alimentos são produzidos e distribuídos, privilegiando aqueles cuja produção e
distribuição seja socialmente e ambientalmente sustentável como os alimentos
orgânicos e de base agroecológica.
Confira as orientações do novo Guia Alimentar para a
População Brasileira
Fonte: Ministério da Saúde
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