Enfrentando um período de quase dois meses sem chuvas, no
que já é considerado um dos verões mais secos dos últimos anos, a Prefeitura de
Angra dos Reis, por meio do seu Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), e a
própria Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), tentam minimizar os
problemas com manobras regulares de oferta de água em toda a cidade. Combinada
com a estiagem forte, a chegada do Verão ainda aumenta o consumo de água,
secando o nível de todos os reservatórios e barragens.
O presidente do Saae/Angra, Elzadio Ferraz, explica que as
soluções de aumento da capacidade de armazenamento são de médio prazo. Nos dois
últimos anos, ele relata, a Prefeitura de Angra realizou diversos investimentos
e manutenção para aumentar a capacidade de reservação em seus mais de 60 pontos
de captação. Sem chuvas, porém, esses sistemas não podem funcionar
adequadamente. Por isso a necessidade de combater o desperdício é fundamental.
— Três dias de chuvas não resolverão o problema. Por isso o
Saae/Angra, a Cedae e a própria Prefeitura pedem a colaboração da população
para evitar o desperdício. Nesses dias de estiagem, ainda vemos pessoas com
mangueiras lavando carros e calçadas, o que é lamentável. Os planos em curto
prazo são as manobras e as manutenções que já vêm sendo feitas constantemente
pela equipe, que trabalha 24 horas. O projeto da captação de água do Bracuí
para o Centro de Angra, sempre comentado, está em fase de elaboração, mas é de
muito longo prazo – afirma o presidente da autarquia.
Ferraz também esclarece que o sistema de barragem e
distribuição da Banqueta pertence à Companhia Cedae. É de lá que sai a água que
abastece todo o Centro da cidade e parte da Japuíba. Da Banqueta também sai
também parte da água que abastece outros pequenos sistemas menores do
Saae/Angra. Neste momento de crise, a autarquia municipal trabalha de forma
próxima com a Cedae para aumentar o volume de água para a Japuíba e o Centro.
As manobras, no entanto, são realizadas exclusivamente pela Cedae.
— A situação na Banqueta é muito crítica, perto de um
colapso, como na maioria dos reservatórios. As margens estão quase secas, a
queda d’água abundante deixou de existir e o leito do rio está com pedras à
mostra. A queda no volume de água é visível para todos. Os reservatórios dos
mananciais que abastecem a cidade estão operando com aproximadamente 10% de sua
capacidade, e, em alguns casos, com menos de 10% — explica Ferraz.
Outro desafio do momento atual é que, em algumas localidades
como a Garatucaia e a própria Ilha Grande, a baixa oferta de água coincide com
o aumento da movimentação de turistas e visitantes. No réveillon, segundo o
Saae/Angra, só em Garatucaia, a população aumentou dos habituais 4 mil
habitantes para quase 20 mil pessoas. Na Ilha Grande, o desafio é o mesmo, em
especial na Vila do Abraão que, nesta época do ano, tem a população até mesmo
triplicada.
O Saae/Angra e a Prefeitura de Angra estão trabalhando para
atender da melhor maneira possível todos os bairros. A oferta de áagua, porém,
é menor que o habitual. Equipes do Saae/Angra estão em plantão permanente e
caminhões-pipa trabalhando em todo o município. Os telefones do Saae/Angra para
a comunicação de problemas ou informações sobre o abastecimento de água são
(24) 3377-6551 (durante a semana) e (24) 3365-4700 (finais de semana e
feriados). A Prefeitura de Angra mantém todos os seus canais de diálogo abertos
e está à disposição das comunidades.
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