ProUni recebe inscrições a partir da próxima segunda (26)
O Programa Universidade para Todos (Prouni) tem comprovado,
nos últimos dez anos, que a educação tem o potencial de mudar a vida das
pessoas.
São exemplos de milhares de jovens de todo o País, com alto
rendimento escolar, remanescentes da escola pública e que puderam, a partir
dessa oportunidade, mudar sua própria realidade social e de suas famílias.
É o caso dos jornalistas Joceline Gomes, de 27 anos, e
Francisco Amorin, 28, que fizeram parte da primeira turma do Prouni, de 2005, e
que foram os primeiros integrantes de suas famílias a ingressar em uma
universidade.
Para estimular histórias como essas, o Ministério da
Educação disponibiliza 200.516 bolsas a partir de segunda-feira (26) até a
próxima quinta (29).
Esta é a maior oferta de bolsas para o Prouni desde que o
programa foi criado, há dez anos. O número representa também aumento de 20% na
oferta de vagas em relação a 2014.
Atualmente, o programa beneficia mais de 562 mil jovens
brasileiros de baixa renda com bolsas integrais ou de 50% em universidades
privadas de todo o País.
Segundo Joceline Gomes, sua vida mudou ao conquistar uma
bolsa integral no curso de jornalismo na Universidade Católica de Brasília, uma
das mais tradicionais do Distrito Federal.
“Quando eu estava saindo do ensino médio eu entrei na
faculdade por causa do Prouni. Nós éramos de classe média baixa, a gente não
tinha acesso a nada. Essa foi a oportunidade da minha vida, me transformou no
que eu sou hoje. A vida da minha família mudou completamente por conta da
existência do programa”, afirma a jovem negra, moradora de Taguatinga, região
administrativa do DF.
A jornalista obteve a maior média de desempenho acadêmico da
faculdade de Comunicação durante todo o curso.
De acordo com o diretor de Políticas e Programas de
Graduação do MEC, Dilvo Ristoff, o Prouni promoveu a democratização do acesso
ao ensino superior no Brasil.
Segundo ele, o programa se tornou uma alternativa entre um
ensino público e gratuito, altamente competitivo, que apresentava poucas vagas
à época, e o ensino superior privado e pago, ambos praticamente inacessíveis –
há alguns anos – ao estudante carente, oriundo da escola pública.
Além disso, o diretor destaca que o Prouni elevou o nível de
ensino das faculdades particulares brasileiras ao trazer os bons alunos das
escolas públicas para o ensino superior privado.
O diretor atribui os resultados à dedicação e ao esforço
pessoal desses alunos.
“A oportunidade que é dada para essas pessoas faz com que
elas levem isso muito a sério. Elas vêem o Prouni como a grande oportunidade
que tiveram na vida e se agarram a isso para garantir o sucesso na sua
trajetória profissional”, destaca.
Segundo pesquisa da Associação Brasileira para o
Desenvolvimento da Educação Superior (Abraes), os resultados dos bolsistas do
Prouni no Enade são superiores em seis pontos à média nacional e supera em dois
pontos a média dos estudantes de universidades públicas.
Para o jornalista Francisco Amorin – filho de uma diarista,
que cresceu no município de Águas Lindas, região no entorno do DF – sua entrada
na Universidade tornou a ideia de cursar uma faculdade menos distante para os
integrantes de sua família.
“Ter alguém dentro da família que pôde cursar uma faculdade
mudou essa perspectiva. O Prouni ampliou as possibilidades para o estudante de
baixa renda e tornou o sonho de cursar uma faculdade algo mais próximo”,
ressaltou.
O diretor Dilvo Ristoff explica que representa uma revolução
em potencial quando cada pessoa de uma família ingressa pela primeira vez na
universidade.
“O pai ou a mãe que tem educação superior vai querer que seu
filho também chegue à universidade. Existe uma grande revolução acontecendo
hoje no Brasil, que democratizou o acesso ao ensino superior no País. Políticas
como o Prouni, o Sisu, o Fies e a Lei de Cotas fizeram com que o campus
brasileiro passasse a ter a cara do Brasil”, afirma.
O Programa
Segundo dados do Ministério da Educação, ao longo desses 10
anos o Prouni concedeu 1,5 milhão de bolsas de estudos para estudantes carentes
de todo o País.
Nesse período, o programa formou mais de 430 mil
profissionais em todas as áreas do conhecimento. O número equivale a quatro
gerações de formandos de todas as universidades federais brasileiras, que
formam cerca de 105 mil estudantes por ano.
Fonte: Blog do
Planalto
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