No Brasil, existem mais de 6,5 milhões de pessoas com
deficiência visual, sendo 582 mil cegas e seis milhões com baixa visão, segundo
dados da fundação com base no Censo 2010, feito pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE).
Há 188 anos, o jovem francês Louis Braille, que perdeu sua
visão aos três anos de idade, inventou um sistema de leitura especial e
contribuiu para a formação e inclusão de milhões de pessoas pelo mundo.
Além disso, prepara deficientes visuais para serem
independentes e terem condições de conquistar espaço no mercado de trabalho.
Na opinião de Regina Oliveira, coordenadora na fundação, o
braile tem um papel muito importante na inclusão de cegos na sociedade.
De acordo com ela, as pessoas até o século 19 não tinham
acesso à leitura e ficavam confinadas em sua própria casa ou internadas em
asilos para pessoas com problemas mentais.
“Com o braile as pessoas cegas passaram a ter acesso ao
conhecimento, à cultura, ao lazer, à informação e, a partir desse conhecimento,
elas puderam desenvolver a própria consciência, a pensar por si mesmas”,
completou ela.
A própria Regina é fruto do trabalho da fundação. Cega desde
os sete anos de idade, foi lá que aprendeu a ler e escrever, o que permitiu que
ela frequentasse uma escola convencional e aprendesse um ofício.
Como resultado, começou a trabalhar na fundação como
telefonista e hoje é coordenadora de revisão dos livros em braile.
“Uma vez preparadas, as pessoas podem obter acesso a um
número muito grande de profissões. Mas é necessário que, além do trabalho todo
que a fundação faz, as escolas também estejam preparadas para receber essas
pessoas para dar condições de aprendizagem como os outros alunos têm”, analisou
Regina.
Outras estratégias
Com o passar do tempo, novas formas de acesso à informação
são elaboradas para auxiliar pessoas cegas. Além do braile, existe o áudio
livro e formatos digitais, que mostram as letras ampliadas (para quem tem visão
subnormal) com auxílio de áudio.
Na opinião de Regina, o braile não perde importância com a
criação de novos formatos. Para ela, todos os formatos que auxiliam pessoas
cegas se complementam.
“O braile é imprescindível para alfabetização das crianças,
para que elas tenham contato com a ortografia, tanto da língua portuguesa
quanto de línguas estrangeiras. Para livros científicos, não existe um
substituto pro braille ainda. Os formatos tanto digital quanto falado não se
excluem, se complementam”.
Fonte: Agência Brasil Portal Brasil
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