Para combater o subdiagnóstico da osteoporose no sexo
masculino, os homens são o foco da campanha internacional “Ame seus
ossos", pelo Dia Mundial da Osteoporose, nesta segunda-feira (20). A
doença se caracteriza pelo enfraquecimento dos ossos e acomete principalmente
os mais velhos. Essa é uma iniciativa da Fundação Internacional de Osteoporose
(IOF em inglês), que conta com o apoio global de diversas instituições.
A fundação divulgou, em outubro, dados que mostram que um
terço de todas as fraturas de quadril no mundo ocorrem em homens, com taxa de
mortalidade até 37% no primeiro ano após a fratura, o que significa duas vezes
mais que a de mulheres. Isso ocorre, mesmo com uma proporção de incidência de
casos em mulheres superior à dos homens -
um em cada três casos, a partir dos 50 anos. Entre o sexo masculino, a proporção
é de um homem em cada cinco casos.
O relatório do IOF mostra ainda que de 1950 a 2050, o número
de homens com 60 anos ou mais – o grupo etário de maior risco de osteoporose –
deve aumentar dez vezes.
Para o chefe do Departamento de Medicina Interna do
Instituto Nacional do Câncer, Salo Buksman, que atende muitos casos de homens
em estágio avançado da doença, a campanha é muito relevante para garantir o
tratamento antes da primeira fratura.
“Os homens, a sociedade em geral e mesmo os médicos têm um
conceito equivocado de que a osteoporose é uma doença feminina. Há muitos
homens com osteoporose, sobretudo depois dos 70 anos”, comentou. “Como o
indivíduo não é ciente desse fato, não busca o diagnóstico e só fica sabendo
que tem a doença depois da primeira fratura”, destacou Buksman, ao lembrar que
a osteoporose é uma das principais causas de quedas e fraturas em idosos.
O ortopedista esclareceu que homens com mais de 70 anos
devem fazer o exame de densitometria óssea, que detecta a osteoporose, pelo
menos uma vez. “Mesmo os homens mais jovens devem fazer o exame se tiverem
determinados fatores de risco, como o uso de cortisona, determinados hormônios,
remédios anticonvulsivantes”, comentou. O tratamento consiste basicamente em
ingestão de cálcio, vitamina D e outros remédios de combate à doença.
De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de
Geriatria e Gerontologia, João Bastos, o risco de osteoporose em homens é 27%,
enquanto o de câncer de próstata é 11%, doença mais alardeada em campanhas
voltadas para os homens. As formas de prevenção valem para ambos os sexos.
“A atividade física, alimentação adequada na infância e
adolescência, evitar o tabagismo e a ingestão excessiva de bebida alcoólica são
alguns dos fatores importantes para a qualidade do osso formado ao longo da
vida, o que contribui para diminuir o risco de osteoporose na vida adulta e
velhice ”, destacou o médico.
Hábitos saudáveis
Para lutar contra a estimativa de 1 milhão de brasileiros
com fraturas osteoporóticas a cada ano, o Ministério da Saúde aposta nas ações
de prevenção ainda na infância, já que é nesta fase que o indivíduo ganha
estatura, fortifica seu esqueleto e adquire o máximo de massa óssea possível.
“É preciso aumentar na dieta das crianças o consumo de leite
e derivados, que possuem alto índice de cálcio e diminuir o de refrigerantes.
Outras fontes potenciais de cálcio são os vegetais de cor verde escuro, os
peixes e os alimentos oleaginosos, como castanhas e nozes”, orienta a
coordenadora da Saúde do Idoso, do Ministério da Saúde, Luiza Machado.
Outra recomendação do Ministério da Saúde é a prática de
atividade física regular, pois, assim como os músculos, os ossos se tornam mais
fortes com os exercícios.
A exposição ao sol, de 15 a 20 minutos, em horário correto,
também é um hábito importante para a prevenção da osteoporose, já que a luz do
sol é fonte de vitamina D, que ajuda na fixação do cálcio nos ossos e diminui o
risco de osteoporose na fase adulta. “Temos que motivar à criança a sair de
frente do computador e da televisão e brincar ao ar livre”, alerta Luiza
Machado.
Saiba mais sobre a doença no Portal da Saúde.
Fontes: Agência Brasil Ministério da Saúde
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