A Raiva é uma antropozoonose, ou seja, uma doença que passa
dos animais ao homem e vice-versa. Essa enfermidade é transmitida ao homem pela
inoculação do vírus presente na saliva e secreções do animal infectado,
principalmente pela mordedura e lambedura.
A moléstia caracteriza-se como uma encefalite progressiva e
aguda. O índice de letalidade apresentado pela doença é de aproximadamente
100%.
Os sintomas da raiva são característicos e variam no animal
e no ser humano. O animal geralmente apresenta dificuldade para engolir,
salivação abundante, mudança de comportamento, mudança de hábitos alimentares e
paralisia das patas traseiras.
Nos cães, especificamente, o latido torna-se diferente do
normal, parecendo um "uivo rouco", e os morcegos, com a mudança de
hábito, podem ser encontrados durante o dia, em hora e locais não habituais.
Apesar de ser conhecida desde a Antiguidade, ainda é um
grave problema de saúde pública e acarreta altos custos na assistência
preventiva às pessoas expostas ao risco de adoecer e morrer.
A raiva apresenta ciclos de transmissão. Confira abaixo
quais são:
Ciclo aéreo, que envolve os morcegos hematófagos e não
hematófagos;
Ciclo rural, representado pelos animais de produção;
Ciclo urbano, relacionado aos cães e gatos;
Ciclo silvestre terrestre, que engloba os sagüis, cachorros
do mato, raposas, guaxinim, macacos entre outros animais selvagens.
Raiva humana
No início, os sintomas são característicos: transformação de
caráter, inquietude, perturbação do sono, sonhos tenebrosos; aparecem
alterações na sensibilidade, queimação, formigamento e dor no local da mordedura.
Essas alterações duram de 2 a 4 dias.
Posteriormente, instala-se um quadro de alucinações,
acompanhado de febre; inicia-se o período de estado da doença, por 2 a 3 dias,
com medo de correntes de ar e de água, de intensidade variável. Surgem crises
convulsivas periódicas.
Tratamento
No Brasil, em 2008, foi confirmada raiva em um paciente do
estado de Pernambuco. A investigação demonstrou que o caso se vinculava à
mordida de morcego hematófago.
Após confirmação diagnóstica laboratorial, foi iniciado o
protocolo de Milwaukee adaptado à realidade brasileira, denominado Protocolo do
Recife, resultando no primeiro registro de cura de raiva humana no país.
O tratamento para raiva intitulado Protocolo do Recife deve
ser adotado frente a casos confirmados da doença. Vale ressaltar que o
tratamento deve ser aplicado o mais precocemente possível.
Esse protocolo consiste, basicamente, na indução de coma,
uso de antivirais e reposição de enzimas, além da manutenção dos sinais vitais
do paciente.
Para mais informações, entrar em contato com a Coordenação
geral de doenças transmissíveis (CGDT)/Departamento de Vigilância
Epidemiológica (DEVEP)/Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS)/Ministério da
Saúde.
Prevenção
O que fazer quando agredido por um animal, mesmo se ele
estiver vacinado contra a raiva:
Lavar imediatamente o ferimento com água e sabão;
Procurar com urgência o Serviço de Saúde mais próximo para
avaliação e prescrição de profilaxia antirrábica humana adequada;
Não matar o animal, e sim deixá-lo em observação durante 10
dias, para que se possa identificar qualquer sinal indicativo da raiva;
O animal deverá receber água e alimentação normalmente, num
local seguro, para que não possa fugir ou atacar outras pessoas ou animais;
Se o animal adoecer, morrer, desaparecer ou mudar de
comportamento, voltar imediatamente ao Serviço de Saúde;
Nunca interromper a profilaxia antirrábica humana sem ordens
médicas;
Quando um animal apresentar comportamento diferente, mesmo
que ele não tenha agredido ninguém, não o mate e procure o Serviço de Saúde.
Fonte: Blog da Saúde
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