Técnicos do Inea (Instituto Estadual do Ambiente, fizeram
nesta segunda-feira (2) nova vistoria para descobrir a origem da espuma que se
acumula nas praias da região entre Angra dos Reis e Paraty, na Costa Verde
fluminense. Desta vez, a análise será feita na captação de água e no descarte
de efluentes das usinas nucleares Angra 1 e Angra 2, pertencentes à Eletrobras/Eletronuclear,
que ficam próximas aos locais onde a espuma apareceu, há cerca de dois meses.
De acordo com a presidente do Inea, os testes realizados nesta segunda vão ser
comparados com os exames feitos na semana passada.
— Vamos fazer essa análise nas usinas para termos uma
comparação entre essas amostras, apenas com o intuito de confirmar os primeiros
exames.
Os primeiros testes com amostras da espuma foram feitos na
semana passada e os resultados mostraram que a composição é orgânica e não
apresenta risco ao meio ambiente.
O presidente da colônia de pescadores de Angra dos Reis,
Alexandre de Castro, se queixou que até o momento nenhuma autoridade se reuniu
com os pescadores para prestar esclarecimentos sobre o ocorrido.
— A espuma é muito densa, e os peixes não circulam nos
locais onde ela está concentrada. A renda dos pescadores aqui da região depende
única e exclusivamente da pesca, e nós estamos sendo muito prejudicados.
Esperamos uma explicação ou justificativa, para entendermos o que está
ocorrendo.
A Eletrobrás/Eletronuclear informou em nota publicada em seu
site que o fenômeno não tem qualquer relação com as atividades da empresa e que
o mesmo fenômeno ocorreu em Mooloolaba, na Costa Leste da Austrália, e em Aberdeen,
no Norte da Escócia.
De acordo com a empresa, os estudos do Inea constataram que
“se trata de um feito natural, que ocorre praticamente todos os anos também na
costa brasileira e que, neste ano, alcançou grandes proporções devido às
condições oceanográficas e meteorológicas”.
A Eletrobras/Eletronuclear disse que, atualmente, há uma
expansão da quantidade de nutrientes no mar que servem de alimento para
diversos tipos de microalgas marinhas, provocando uma grande proliferação
delas, que se agrupam em massas. Essas massas de microalgas são “quebradas”
quando há turbulência das massas d’água, como ocorre nas ressacas. O fenômeno é
potencializado por fatores físicos como a turbulência do mar e o vento.
A empresa informou também que, para a refrigeração das
usinas Angra 1 e Angra 2, há necessidade de captação de água do mar em Itaorna,
que é retornada ao meio ambiente no Saco Piraquara de Fora sem qualquer contato
com o sistema radioativo das usinas durante a circulação no sistema.
A estatal estimou que a espuma orgânica vai permanecer na
região enquanto permanecerem as condições ambientais, e que não ocorreu nenhuma
mudança ou alterações nos processos operativos das usinas, mesmo no período de
ocorrência dessa espuma.
FONTE: ANGRANEWS
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