sexta-feira, 18 de julho de 2014

ACORDOS ENTRE BRASIL E CHINA REFORÇAM PARCERIA ECONÔMICA ENTRE OS DOIS PAÍSES


Os governos brasileiro e chinês assinaram ontem, acordos de peso entre a Eletrobras e empresas chinesas do setor elétrico no setor de geração e transmissão de energia. O primeiro, entre a Eletrobrás e a chinesa State Grid, visa a construção de linhas de transmissão para ultra alta tensão na usina de Belo Monte.

Beneficiando a geração de energia, um segundo acordo une Eletrobrás e Furnas ao grupo responsável pela construção da usina chinesa de Três Gargantas  no projeto de construção da hidrelétrica do Rio Tapajós.

O interesse chinês em investir na construção de ferrovias no Brasil também mereceu destaque na assinatura de acordos hoje, após reunião entre a presidenta Dilma Rousseff e o presidente chinês, Xi Jinping. O Memorando de Entendimento sobre Cooperação Ferroviária, firmado entre o Ministério de Transportes e a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, deve pavimentar a participação de empresas chinesas nos projetos brasileiros de infraestrutura e logística, sobretudo na licitação do trecho 4 da Ferrovia Transcontinental, que liga os municípios de Lucas do Rio Verde (MT ) e Campinorte (GO).

A obra integra a Ferrovia Transoceânica Brasil-Peru, projeto de vital importância para a integração dos países da América do Sul e de especial relevância no escoamento da produção brasileira para o mercado asiático.

“Apresentei ao Presidente Xi as oportunidades que se abrem em licitações nos setores ferroviário, portuário, aeroviário e rodoviário. Aqui, as empresas chinesas encontrarão segurança jurídica e marco regulatório estável”, afirmou Dilma Rousseff, em declaração à imprensa.

Indústria

A geração de empregos no setor industrial brasileiro ganha impulso com o anúncio de investimentos da empresa chinesa Sany na construção de uma fábrica de maquinário para a construção Civil. O aporte é estimado em US$ 300 milhões. A automobilística Chery também anunciou a instalação de uma montadora no país, no valor de US$ 400 milhões. Os dois projetos devem ser instalados no município de Jacareí (SP) e devem gerar, cada um, mil novos postos de trabalho.

A venda de 60 aeronaves da Embraer às empresas chinesas Tianjin Airlines e ICBC Leasing ainda reforça a diversificação e agrega valor à pauta de exportações brasileiras para a China.

Agronegócio

A principal vitória do setor foi o levantamento do embargo chinês à carne bovina brasileira. “Identificamos, ainda, amplas oportunidades de cooperação no setor do agronegócio. Nossa determinação é a de superar quaisquer dificuldades técnicas e sanitárias que limitem a ampliação do comércio bilateral”, disse Dilma.

Ao todo, foram assinados 32 acordos de cooperação nas áreas de tecnologia, telecomunicação, sensoriamento remoto, defesa, energia, educação.

Coletiva de Imprensa

A presidenta detalhou, em coletiva de imprensa, uma série de propostas apresentadas na reunião da Cúpula Brasil-China e líderes da América, nesta quinta-feira (17), devido à visita do presidente chinês Xi Jinping. Eles decidiram constituir o Fórum América Latina, Caribe e China, que deve se reunir pela primeira vez no ano que vem.

Além deste fórum, algumas medidas foram propostas pelo governo chinês no sentido de aproximar as relações com a América Latina. Entre elas, o lançamento de um fundo específico para financiar projetos de infraestrutura, com capital inicial de US$ 10 bilhões, e total de US$ 20 bilhões. A China propôs a ideia para estar pronta também em 2015.

Outra das propostas discutidas na Cúpula foi o lançamento de uma linha de crédito preferencial com a Celac, dentro de um banco chinês, podendo chegar a US$ 10 bilhões. Por fim, um fundo de cooperação sino-americano e caribenho no valor de US$ 5 bilhões, para investimentos em áreas a serem definidas em comum acordo entre as partes, além do lançamento de uma linha para a América Latina com 6 mil bolsas de estudo.

Na visão da presidenta, o que mais importante, tanto no relacionamento Brasil-Brics como no relacionamento América Latina-China, é que se trata de uma região sem guerras militares.

“Qual é a grande vantagem da América Latina? É viver em paz, sem conflitos religiosos, étnicos ou de qualquer espécie. E fiquei orgulhosa, tanto na reunião com chefas e chefes de Estado e Governo, ontem na reunião com a Unasul, quanto na reunião agora feita com a Celac. Eu considero que demonstrou-se uma reunião de alto nível, em que questões importantes foram olhadas, numa ótica e perspectiva da América Latina”, analisou.

Fonte:    Blog do Planalto




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