A estratégia do Ministério da Saúde para reverter a
tendência de aumento dos casos de Aids entre jovens do sexo masculino será a
intensificação das campanhas de prevenção da doença nas redes sociais e em
aplicativos de encontros para celulares.
A informação foi dada nesse sábado (6) pelo secretário de
Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, que participou, no
Rio de Janeiro, juntamente com o ministro Arthur Chioro, do Dia D de
mobilização contra a dengue e a febre chikungunya.
“Temos que agir de forma contundente, principalmente junto à
população de jovens de 15 a 24 anos, do sexo masculino, particularmente os
jovens gays, porque entre eles a velocidade de transmissão do HIV [vírus da
imunodeficiência humana] é muito maior do que entre a população em geral”,
disse o secretário.
“São muitas as explicações para esse aumento, mas
independente das causas, a realidade é que tivemos um aumento de 68% nos casos
entre meninos de 15 a 24 anos, enquanto que entre as meninas a redução foi de
12%, no período de uma década”, destacou Jarbas Barbosa.
De acordo com dados divulgados pelo ministério, por ocasião
do Dia Mundial de Combate à Aids (1º de dezembro), entre os jovens dessa faixa
de idade a incidência tem aumentado, passando de 9,6 casos por 100 mil
habitantes, em 2004, para 12,7 casos por 100 mil habitantes em 2013. Ao todo,
4.414 novos jovens foram detectados com o vírus em 2013, enquanto em 2004 eram
3.453.
Para o secretário, além de alertar os jovens gays para a
prática do sexo seguro, com o uso do preservativo, é fundamental ressaltar a
importância do teste do HIV, para que o portador assintomático comece a tomar a
medicação gratuita, fornecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
“O tratamento precoce também serve como prevenção, fazendo
com que a gente tenha cada vez menos [casos] de pessoas que não sabem que são
portadoras do vírus da aids, e que, por isso, estão transmitindo para outras
pessoas”, disse.
Segundo Jarbas Barbosa, atualmente 60 organizações não
governamentais, parceiras do ministério, fazem mais de mil testes rápidos de
HIV por mês nas populações mais vulneráveis, na porta de bares e boates gays e
nas calçadas onde atuam os profissionais do sexo, sejam travestis, homens ou
mulheres. Ao longo do ano, tanto os testes como a campanha nas redes sociais
serão intensificados por ocasião de festas populares, como o carnaval.
Fonte: Agência Brasil
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