Em 2014, o Brasil registrou aumento de 29% no número de
pessoas em tratamento da Aids com antirretrovirais pelo Sistema Único de Saúde
(SUS), na comparação com 2013.
Os dados do cenário das DST/Aids no País foram divulgados
pelo Ministério da Saúde nesta segunda-feira (1), Dia Mundial da Luta Contra a
Aids, em Brasília.
Durante o evento, foram lançados o Fundo para financiar
projetos sociais sobre o tema e a campanha #partiuteste, que busca chamar
atenção dos jovens sobre o cuidado com a doença.
Fundo Positivo
O Fundo Nacional de Sustentabilidade às Organizações da
Sociedade Civil, o chamado Fundo Positivo, tem como desafio arrecadar recursos
da iniciativa privada para financiar projetos sociais de Organizações da
Sociedade Civil.
É destinado às organizações que trabalham no campo das
DST/Aids e Hepatites Virais. Cerca de 350 organizações da sociedade civil
(OSCs) trabalham com o tema DST, Aids e hepatites Virais no Brasil.
“Vale a sociedade unir esforços para captar recursos e criar
projetos com consistência que a luta contra a Aids demanda”, afirmou o ministro
da Saúde, Arthur Chioro.
Para o responsável pelo Fundo, Harley Nascimento, as
organizações sociais e o governo têm avançado no combate às doenças, mas as
organizações sócias brasileiras têm encontrado problemas financeiros, que podem
ser ajudados pelo Fundo. “Nos últimos anos, as organizações sociais no Brasil
têm passado por profunda crise financeira. A natureza desse fundo é para ser o
menos burocrático possível e, principalmente, que apoie as organizações sociais
nas despesas que têm mais dificuldade de conseguir acesso”, disse.
Dados sobre a Aids no Brasil
De acordo com dados do último Boletim Epidemiológico de 2014
do Ministério da Saúde, o Brasil está com 29% a mais de pacientes com HIV em
tratamento com antirretrovirais pelo SUS, na comparação com 2013.
De janeiro a outubro de 2013, 47.506 pessoas entraram em uso
de medicação antirretroviral, já em 2014 foram 61.221 pacientes.
O Secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa,
atribuiu a maior cobertura a novas medidas tomadas recentemente. “O resultado
faz parte de uma nova descentralização das responsabilidades, da ampliação de
medicamentos e das fórmulas mais fáceis de serem usadas. Esse aumento do ano
passado para cá já mostra um trabalho bem feito e que deve aumentar nos
próximos anos”, comentou.
O estudo ainda mostra que cerca de 734 mil pessoas vivem com
HIV no País. Deste total, 80% (589 mil) foram diagnosticadas. Os dados também
mostram que a epidemia no Brasil está estabilizada, com taxa de detecção em
torno de 20,4 casos, a cada 100 mil habitantes.
“Nós temos um quadro nacional de estabilização do quadro de
Aids, mas que não nos permite trabalhar com segurança, tranquilidade. O Brasil,
com essa dimensão continental, nos mostra situações desafiantes”, avalia o
ministro Arthur Chioro.
Apresentação da Campanha do Dia Mundial de Luta contra Aids
Apresentação sobre boletim epidemiológico da aids
Apresentação sobre avanços da política de combate a aids
Dados sobre Aids no Brasil1
Campanha #partiuteste
A nova campanha publicitária de conscientização da Aids
também foi lançada nesta segunda-feira (1º). A ação chama atenção para os 30
anos da luta contra a Aids no Brasil e tem como título a hashtag #partiuteste.
A iniciativa, que acontece até 30 de novembro de 2015,
buscará interagir com o público jovem no mundo digital sobre a história da
doença, os cuidados que devem ser tomados, a importância da prevenção e da
realização dos testes.
Perícia
Durante o evento, também foi apresentado o Manual de
Diretrizes para concessão de benefícios por incapacidade laborativa do
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O documento é fruto do esforço
conjunto dos ministérios da Saúde e da Previdência e irá subsidiar os peritos
do INSS na avaliação de incapacidade laborativa de pessoas vivendo com
HIV/Aids.
O documento contém as inovações do tratamento com
antirretrovirais, considerando, além do bem-estar físico, outros aspectos
relevantes para a análise médico-pericial, como as condições psíquicas e
sociais, decorrentes de doença. O manual também dá atenção especial à questão
do estigma e da discriminação, ressaltando os aspectos sociais, psíquicos e
comportamentais da pessoa que vive com aids.
Outra novidade no documento é a ampliação do conceito de
indivíduo sintomático que pode envolver, não só a síndrome e doenças associadas
à aids, como também as complicações crônico-degenerativas, sequelas, efeitos
adversos dos medicamentos para outras doenças e também aos antirretrovirais.
Avanços
O Brasil tem adotado, nos últimos meses, uma série de
medidas para controle da transmissão, entre elas a ampliação da testagem de HIV
em populações chaves (gays e homens que fazem sexo com homens, transexuais e
travestis, pessoas que usam drogas e profissionais do sexo), além da
facilitação do acesso de medicamentos, com a incorporação de novas formulações
mais fáceis de serem usadas pelas pessoas vivendo com HIV/aids.
Em 2014, o Ministério incorporou o 3 em 1 no Rio Grande do
Sul e no Amazonas e já estendeu a compra para todo País. Além disso, incorporou
o 2 em 1 e o Ritonavir termoestável, que dispensa a conservação em geladeira,
dentre outras novidades. Todas essas medidas irão proporcionar que um grande
número de pessoas possam se beneficiar do início precoce da terapia.
Com a adoção destas medidas, o Ministério da Saúde pretende
cumprir a meta estabelecida pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre
HIV/Aids (Unaids) e pela Organização Mundial da Saúde, conhecida como 90-90-90,
até 2020. A meta é testar 90% da população brasileira e, das pessoas que
apresentarem resultado positivo, tratar 90%. Como resultado, conseguir que 90%
das pessoas tratadas apresentem carga viral indetectável.
Fonte:
Portal Brasil, com informações do Ministério da Saúde
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