terça-feira, 2 de dezembro de 2014

FUNDO VAI FINANCIAR PROJETOS SOCAIS PARA PACIENTES COM AIDS NO BRASIL


Em 2014, o Brasil registrou aumento de 29% no número de pessoas em tratamento da Aids com antirretrovirais pelo Sistema Único de Saúde (SUS), na comparação com 2013.

Os dados do cenário das DST/Aids no País foram divulgados pelo Ministério da Saúde nesta segunda-feira (1), Dia Mundial da Luta Contra a Aids, em Brasília.

Durante o evento, foram lançados o Fundo para financiar projetos sociais sobre o tema e a campanha #partiuteste, que busca chamar atenção dos jovens sobre o cuidado com a doença.

Fundo Positivo

O Fundo Nacional de Sustentabilidade às Organizações da Sociedade Civil, o chamado Fundo Positivo, tem como desafio arrecadar recursos da iniciativa privada para financiar projetos sociais de Organizações da Sociedade Civil.

É destinado às organizações que trabalham no campo das DST/Aids e Hepatites Virais. Cerca de 350 organizações da sociedade civil (OSCs) trabalham com o tema DST, Aids e hepatites Virais no Brasil.

“Vale a sociedade unir esforços para captar recursos e criar projetos com consistência que a luta contra a Aids demanda”, afirmou o ministro da Saúde, Arthur Chioro.

Para o responsável pelo Fundo, Harley Nascimento, as organizações sociais e o governo têm avançado no combate às doenças, mas as organizações sócias brasileiras têm encontrado problemas financeiros, que podem ser ajudados pelo Fundo. “Nos últimos anos, as organizações sociais no Brasil têm passado por profunda crise financeira. A natureza desse fundo é para ser o menos burocrático possível e, principalmente, que apoie as organizações sociais nas despesas que têm mais dificuldade de conseguir acesso”, disse.

Dados sobre a Aids no Brasil

De acordo com dados do último Boletim Epidemiológico de 2014 do Ministério da Saúde, o Brasil está com 29% a mais de pacientes com HIV em tratamento com antirretrovirais pelo SUS, na comparação com 2013.

De janeiro a outubro de 2013, 47.506 pessoas entraram em uso de medicação antirretroviral, já em 2014 foram 61.221 pacientes.

O Secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, atribuiu a maior cobertura a novas medidas tomadas recentemente. “O resultado faz parte de uma nova descentralização das responsabilidades, da ampliação de medicamentos e das fórmulas mais fáceis de serem usadas. Esse aumento do ano passado para cá já mostra um trabalho bem feito e que deve aumentar nos próximos anos”, comentou.

O estudo ainda mostra que cerca de 734 mil pessoas vivem com HIV no País. Deste total, 80% (589 mil) foram diagnosticadas. Os dados também mostram que a epidemia no Brasil está estabilizada, com taxa de detecção em torno de 20,4 casos, a cada 100 mil habitantes.

“Nós temos um quadro nacional de estabilização do quadro de Aids, mas que não nos permite trabalhar com segurança, tranquilidade. O Brasil, com essa dimensão continental, nos mostra situações desafiantes”, avalia o ministro Arthur Chioro.

Apresentação da Campanha do Dia Mundial de Luta contra Aids

Apresentação sobre boletim epidemiológico da aids

Apresentação sobre avanços da política de combate a aids



Dados sobre Aids no Brasil1

Campanha #partiuteste

A nova campanha publicitária de conscientização da Aids também foi lançada nesta segunda-feira (1º). A ação chama atenção para os 30 anos da luta contra a Aids no Brasil e tem como título a hashtag #partiuteste.

A iniciativa, que acontece até 30 de novembro de 2015, buscará interagir com o público jovem no mundo digital sobre a história da doença, os cuidados que devem ser tomados, a importância da prevenção e da realização dos testes.


Perícia

Durante o evento, também foi apresentado o Manual de Diretrizes para concessão de benefícios por incapacidade laborativa do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O documento é fruto do esforço conjunto dos ministérios da Saúde e da Previdência e irá subsidiar os peritos do INSS na avaliação de incapacidade laborativa de pessoas vivendo com HIV/Aids.

O documento contém as inovações do tratamento com antirretrovirais, considerando, além do bem-estar físico, outros aspectos relevantes para a análise médico-pericial, como as condições psíquicas e sociais, decorrentes de doença. O manual também dá atenção especial à questão do estigma e da discriminação, ressaltando os aspectos sociais, psíquicos e comportamentais da pessoa que vive com aids.

Outra novidade no documento é a ampliação do conceito de indivíduo sintomático que pode envolver, não só a síndrome e doenças associadas à aids, como também as complicações crônico-degenerativas, sequelas, efeitos adversos dos medicamentos para outras doenças e também aos antirretrovirais.

Avanços

O Brasil tem adotado, nos últimos meses, uma série de medidas para controle da transmissão, entre elas a ampliação da testagem de HIV em populações chaves (gays e homens que fazem sexo com homens, transexuais e travestis, pessoas que usam drogas e profissionais do sexo), além da facilitação do acesso de medicamentos, com a incorporação de novas formulações mais fáceis de serem usadas pelas pessoas vivendo com HIV/aids.

Em 2014, o Ministério incorporou o 3 em 1 no Rio Grande do Sul e no Amazonas e já estendeu a compra para todo País. Além disso, incorporou o 2 em 1 e o Ritonavir termoestável, que dispensa a conservação em geladeira, dentre outras novidades. Todas essas medidas irão proporcionar que um grande número de pessoas possam se beneficiar do início precoce da terapia.

Com a adoção destas medidas, o Ministério da Saúde pretende cumprir a meta estabelecida pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) e pela Organização Mundial da Saúde, conhecida como 90-90-90, até 2020. A meta é testar 90% da população brasileira e, das pessoas que apresentarem resultado positivo, tratar 90%. Como resultado, conseguir que 90% das pessoas tratadas apresentem carga viral indetectável.

Fonte:

Portal Brasil, com informações do Ministério da Saúde


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