Carnaval é época de diversão, mas também pode ser uma
oportunidade de ficar mais tranquilo com a saúde realizando o teste oral de
HIV. O procedimento para saber se a pessoa tem Aids foi desenvolvido pela
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e tem, entre suas vantagens, a mobilidade, pois
não é necessário ter um espaço laboratorial para a coleta e diagnóstico.
A iniciativa utiliza fluido extraído da gengiva e da mucosa
da bochecha com o auxílio de uma haste coletora e, em aproximadamente 30
minutos, já é possível obter o resultado.
Os testes já estavam sendo utilizados dentro do projeto Viva
Melhor Sabendo, parceria do Ministério da Saúde com 60 organizações da
sociedade civil de todo o País, que tiveram a possibilidade de ir até grupos de
risco, que são homens que fazem sexo com homens, gays, transexuais, travestis,
profissionais do sexo e pessoas que usam drogas. Agora, para o Carnaval, as
ONGs se organizam para realizar saídas em bares, boates e festas durante toda a
semana de folia.
Ariane Sena, 23 anos, estudante de psicologia, participa do
projeto em Salvador, na Bahia, com a Instituição Beneficente Conceição Macêdo
(IBCM), uma organização sem fins lucrativos que, desde 1989, atua na prevenção
do HIV/AIDS e apoia as pessoas que convivem com o vírus.
“O legal do projeto é que a gente vai até o encontro das
pessoas, onde quer que elas estejam, então nós vamos em orlas, saunas gays,
casas de prostituição e está sendo muito bom. A gente entende a dificuldade de
travestis e transsexuais chegarem a laboratórios, a gente nem sempre é respeitada
e nem somos chamadas pelos nossos nomes sociais, como queremos ser chamadas”,
conta Ariane Sena. Durante o carnaval de Salvador, o projeto fará três saídas
na semana das festas passando pela Barra e Circuito Dodô.
Em casos de teste positivo, as equipes são orientadas a
encaminhar os casos aos postos de saúde mais próximos do local, conforme
esclarece Padre Alfredo. “Eu penso que é uma forma real da gente cessar essa
epidemia, fazendo com que as pessoas saibam da sua condição. Quando há casos de
soropositividade, a gente indica os postos de saúde mais próximos da comunidade
e região. A pessoa pode escolher, conforme a sua necessidade ou conveniência”,
completa.
No Rio de Janeiro, Márcio Villard, gerente da área de
Educação e Mobilização Social da Coordenação de Vigilância em Saúde Ambiental
da Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro, conta que os
barracões das escolas de samba, tanto do primeiro grupo como do grupo de
acesso, recebem preservativos e materiais educativos durante todo o ano.
Mulheres voluntárias das comunidades trabalham com as escolas Salgueiro,
Mangueira, Tijuca e Vila Isabel.
Durante o carnaval, as ações são realizadas no Terreirão do
Samba e no Sambódobro. “Elas trabalham com material educativo e é muito interessante,
porque depois a gente recebe muitas pessoas para darmos encaminhamento ao
teste. Então a hashtag da campanha, #partiuteste, funciona muito bem no diálogo
com essas pessoas”, explica Márcio Villard.
A infecção pelo HIV só pode ser detectada com, pelo menos,
30 dias a contar da situação de risco, período chamado de janela imunológica.
Além do teste oral, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece a testagem
laboratorial e o teste rápido de forma gratuita e anônima nas unidades da rede
pública e nos Centros de Testagem e Aconselhamento.
Nesses centros, além da coleta e da execução dos testes, há
um processo de aconselhamento, antes e depois do teste, para facilitar a
correta interpretação do resultado pelo paciente. Também é possível saber onde
fazer o teste pelo Disque Saúde (136).
Fonte: Blog da Saúde
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