O programa Bolsa Família mudou as condições e expectativa de
vida das crianças. No estudo Efeitos do Programa Bolsa Família sobre a
Mortalidade de Crianças, um dos capítulos do livro comemorativo dos dez anos do
programa, Davide Rasella e outros quatro pesquisadores atestam que o programa
de distribuição de renda desempenhou “papel significativo na redução da
mortalidade infantil, geral e por causas relacionadas com a pobreza, como
desnutrição e diarreia, nos municípios brasileiros”.
Entre 2004 e 2009, a taxa de mortalidade infantil brasileira
diminuiu de 21,7 para 17,5 por mil nascidos vivos. Entre as causas específicas,
essa redução foi ainda maior. Os óbitos por diarreia reduziram-se a quase a
metade (-46,3%), enquanto a redução dos óbitos por desnutrição foi de quase 60%
- de 0,55 por mil nascidos vivos, em 2004, para 0,23, em 2009.
O artigo explora os efeitos conjuntos do Bolsa Família e do
Saúde da Família, que foi implantado em grande escala no mesmo período e
compara ainda os resultados do Bolsa Família com o programa mexicano de
distribuição de renda, o "Progresa", que se mostrou capaz de reduzir
a mortalidade infantil em áreas rurais. Em ambos os casos, dois fatores
contribuem para a redução: reduz a desnutrição infantil, ao aumentar a renda
das famílias muitos pobres, e, ao colocar condicionalidades para o pagamento do
benefício, aumenta o acesso à saúde.
Os autores defendem que, além de o monitoramento do crescimento
infantil ser eficaz para a redução das taxas de mortalidade nesta faixa etária,
o contato rotineiro com o sistema de saúde, também se mostra determinante para
a sobrevivência das crianças em países em desenvolvimento.
Também reduziu as taxas de hospitalização em menores de
cinco anos e aumentou a cobertura vacinal e as consultas de pré-natal. As
razões encontradas para a diminuição da incidência de doenças foram o melhor
acesso ao serviço de saúde, que evita casos graves e diminui a incidência de
doenças.
Já o artigo sobre a ocorrência de baixo peso ao nascer entre
crianças beneficiárias do Bolsa Família, assinado por técnicos da Secretaria de
Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS), relata um estudo
comparativo, que cruzou informações do Cadastro Único de Programas Sociais do
Governo Federal com as do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc),
no período de 2006 a 2008, de toda a Região Nordeste, o que representou uma
amostra de mais de 1,3 milhão de nascidos vivos.
Nas famílias com renda per capita de até R$ 70 mensais, a
prevalência de baixo peso ao nascer foi de 5,5% entre as mães que recebiam o
beneficio, enquanto a prevalência entre as famílias que não recebiam o Bolsa
Família e contavam com a mesma renda ficou em R$ 6,3%.
FONTE: PORTAL BRASIL
Nenhum comentário:
Postar um comentário