Noilde Maria de Jesus, 45 anos, é agricultora familiar e mãe
de nove filhos. Denise Arruda Fonseca tem 24. É auxiliar administrativa e mãe
do bebê Júlio César, de dois anos. Laura Sousa, de 28 anos, é mãe de Ana Luiza,
de sete, e trabalha como assistente de mídia. Cada uma a seu modo, as três fazem
parte de uma geração de mães brasileiras que contribui cada vez mais para a
construção de um novo Brasil.
O País assiste hoje a um notável crescimento profissional da
mulher brasileira, seja por meio do próprio negócio ou de uma atividade com
carteira assinada. As políticas públicas para a geração de novos postos formais
de trabalho, aliadas a ações de inclusão social e investimentos na educação,
ajudaram a reposicionar a mulher no mercado, mudando seu papel familiar. O
aumento da participação feminina na economia nacional vem corrigindo distorções
históricas como as desigualdades salariais entre os gêneros.
Laura Sousa conta que a inscrição no Fundo de Financiamento
Estudantil (Fies) a ajudou a ascender profissionalmente, antes mesmo de se
formar, e a arcar com os custos do colégio da filha. “A faculdade era um sonho
distante”, lembra. Hoje, trabalha como assistente de mídia, uma posição acima
da que exercia anteriormente. A filha cursa a segunda série do ensino
fundamental e enche a mãe de orgulho. “A cada semana, ela me diz que quer ser
algo diferente. Minha filha acha lindo trabalhar.”
Dados do último censo do IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estátistica), de 2010, revelam que cerca de 40,9% das mulheres
contribuem para a renda das famílias do País. No campo, o índice chega a 42,4%,
51% dos quais no Nordeste. Indicadores que refletem a inclusão produtiva
promovida pelo governo federal (leia matéria sobre mulheres rurais).
Ainda de acordo com o IBGE, que elaborou o estudo
Estatísticas de Gênero, em 2000, as mulheres chefiavam 24,9% dos 44,8 milhões
de domicílios particulares. Em 2010, 38,7% dos 57,3 milhões de domicílios
registrados já eram comandados por mulheres.
Segundo a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), em
mais de 42% destes lares, a mulher vive com os filhos, sem marido ou
companheiro. Neste cenário de dificuldades e desafios, elas conquistaram muito
mas é preciso avançar mais. “É por isso que o governo da presidenta Dilma
estimula a autonomia das mulheres”, observa a ministra da SPM, Eleonora
Menicucci.
Os esforços do governo brasileiro para reduzir as
desigualdades de gênero no Brasil obtiveram reconhecimento internacional. Um
relatório das Nações Unidas, divulgado recentemente pela agência ONU Mulheres,
aponta as múltiplas ações do governo brasileiro na última década, entre elas a
valorização do salário mínimo, como essenciais para reduzir a pobreza e,
consequentemente, aumentar a presença da mulher no mercado de trabalho.
Segundo o relatório, em 1995 as mulheres ganhavam 38% menos
do que os homens. Em 2007, no entanto, essa diferença diminuiu para 29%. E,
entre 2001 e 2009, o peso das trabalhadoras na população economicamente ativa
cresceu de 54% para 59%, de acordo com o documento.
A pesquisa do IBGE também atesta um aumento real do
rendimento médio das mulheres. De acordo com o instituto, em uma década, as
mulheres registraram aumento relativo de salário maior do que o dos homens (12%
para elas e 7,9% para os homens). Além disso, a proporção de mulheres com
carteira assinada saltou de 32,7% em 2000 para 39,8% em 2010.
Empreendedorismo com inovação
Chefes de família ou solteiras, as mulheres também estão se
destacando no empreendedorismo, com aumento significativo da participação no
segmento. O Anuário das Mulheres Empreendedoras e Trabalhadoras em Micro e
Pequenas Empresas, editado pelo Sebrae, registra crescimento da mulher
empreendedora nas cinco regiões do País, entre 2002 e 2012. De acordo com o
estudo, o Norte lidera, com uma expansão de 78% do número de empreendedoras,
seguido por Centro-Oeste (36%), Sul (21%), Nordeste (12%) e Sudeste (10%).
O relatório do Sebrae também aponta para a capacidade de
inovação da mulher. O documento sustenta que 34% das mulheres que têm empresa trabalham
em casa, número cinco vezes maior do que os empreendedores do sexo masculino,
que ronda a casa dos 6%.
Contribuição da mulher para a renda familiar
Fonte:
Portal Brasil, com informações da Secretaria de Políticas Públicas para as
Mulheres, IBGE e Sebrae
Nenhum comentário:
Postar um comentário