Para mapear a relação dos brasileiros com a prática de
atividade física, o Ministério do Esporte lançou, nesta segunda-feira (22), o
Diagnóstico Nacional do Esporte. Estudo inédito na América do Sul, o
levantamento traz informações sobre a cultura esportiva no País. A primeira
publicação, que aborda o perfil do praticante de esporte e do sedentário, foi
anunciado no Rio de Janeiro peloministro do Esporte, George Hilton. Dados sobre
financiamento, legislação e infraestrutura esportiva serão lançados em outros
dois volumes.
“O Diagnóstico Nacional do Esporte é uma ferramenta
imprescindível que vai nortear as
políticas públicas e subsidiar as entidades que trabalham com a prática
esportiva no Brasil”, afirmou o George Hilton. Segundo o ministro, o estudo
será importante para estimular diferentes modalidades esportivas, especialmente
a partir do legado deixado pelos Jogos Olímpicos Rio 2016. “A partir de agora
poderemos mensurar qual é a importância do esporte na formação do cidadão”.
Para elaborar o diagnóstico por regiões, o Instituto Visão
ouviu 8.902 pessoas durante o ano de 2013. O resultado revela dados
preocupantes. De acordo com o estudo, quase metade da população entre 14 e 75
anos, cerca de 45,9% (67 milhões de pessoas), não pratica nenhum tipo de
atividade física. 54,1% declararam praticar. O estudo aponta ainda que o índice
de sedentarismo entre as mulheres é maior do que o dos homens: 50,4% contra
41,2%. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é considerado ativo quem
pratica atividade física, com duração mínima de 30 minutos, pelo menos três
vezes por semana.
No quesito sedentarismo, o País aparece atrás de países como
Inglaterra (17%), França (22%), Canadá (33,9%), Uruguai (34,1%) e Estados
Unidos (40%) mas está melhor colocado em relação a Itália (48%), Portugal
(53%), e Argentina (68,3%). Estudo, trabalho ou família foi apontado por 69,8%
dos brasileiros como justificativa para o abandono da prática de esportes ou de
atividades físicas.
Apesar do índice relativamente alto de jovens sedentários, a
população mais jovem é a que mais pratica atividade física. Nas faixas entre 15
e 19 anos, o índice sobe para 32,7% e atinge 38,1% entre quem tem 20 e 24 anos.
A partir daí, a taxa de sedentarismo ultrapassa os 40% e vai crescendo
continuamente até atingir 64,4% dos brasileiros entre 65 e 74 anos. O mais
curioso é que 80,4% dos sedentários ouvidos na pesquisa afirmam conhecer os
riscos da falta de atividade física para a saúde.
Futebol
O futebol continua ocupando um mítico lugar no imaginário do
brasileiro. Entre os que declararam praticar atividades físicas, 76,6% adotam o
futebol como esporte. O vôlei aparece em segundo lugar das preferências, com
21,4%, seguido pelas academias de ginástica e musculação, com 4,5% e a corrida, com 3,8%.
Metodologia
Segundo o Ministério do Esporte, a metodologia utilizada
permitiu separar atividade física de prática esportiva. Atividade física é
considerada uma prática vinculada à promoção da saúde e elevação da qualidade
de vida. Já o esporte, segundo descrição do Conselho Europeu do Esporte,
define-se pelas formas de atividade corporal que, pela participação ocasional
ou organizada, visam expressar ou melhorar a condição física e o bem-estar
mental.
Concebida entre 2010 e 2014, a pesquisa teve a colaboração
das universidades federais do Rio Grande do Sul, do Rio de Janeiro, de Goiás,
do Amazonas, de Sergipe e da Bahia.
Fonte: Ministério do Esporte
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