O símbolo será conduzido até o Palácio do Planalto, onde terá início o revezamento, às 10h. A chama desce a rampa do palácio carregada pela primeira condutora — a bicampeã olímpica (Pequim 2008 e Londres 2012) e capitã da seleção brasileira de voleibol, Fabiana Claudino —, após cerimônia com a presidenta Dilma Rousseff. "Como mulher e como negra, esse momento representa muito para mim. Mostra como temos evoluído em relação ao machismo e ao racismo que, infelizmente, são situações que ainda existem", disse.
Antes de pousar no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, o avião que traz a tocha olímpica será escoltado por dois caças da Força Aérea Brasileira (FAB). As três aeronaves vão sobrevoar o Eixo Monumental no sentido Torre de TV, até a altura do Congresso Nacional. Mais tarde, por volta de 9h50, sete aeronaves da Esquadrilha da Fumaça também vão sobrevoar a Esplanada dos Ministérios, antecipando o início do revezamento da tocha por Brasília.
No total, a chama percorrerá 105 quilômetros de um percurso que passará por cinco regiões administrativas e mais de 15 pontos turísticos do Distrito Federal. No trajeto de 40 quilômetros, a tocha será carregada por 143 condutores. E esse é apenas o ponto de partida. Ao todo, o símbolo passará por mais de 300 cidades, em todas as regiões do Brasil. O roteiro de aproximadamente 20 mil quilômetros contempla locais em que vivem mais de 90% dos 204 milhões de habitantes do país. O ponto final da peregrinação é o Maracanã, palco da abertura dos Jogos, em 5 de agosto.
Durante a rota, a tocha será carregada por cerca de 12 mil condutores, além de voar 10 mil milhas pelo país. O símbolo olímpico vai passar por 83 municípios escolhidos como "cidade celebração": em cada um desses locais, haverá um grande evento, que inclui show musical nacional e outras atrações. As 27 capitais estão incluídas.
Os primeiros e os "brasilienses" de luxo
Entre os dez primeiros a carregar a chama, além de Fabiana Claudino, estão os atletas Gabriel Medina, campeão mundial de surfe; Adriana Araújo, medalha de bronze no boxe em Londres-2012; Angelo Assumpção, promessa da ginástica artística; Paula Pequeno, bicampeã olímpica de voleibol; Vanderlei Cordeiro, medalha de bronze na maratona em Atenas-2004, e Gabriel Hardy, revelação do caratê. Completam o time o pesquisador Artur Ávila, a menina síria Hanan Khaled, e a educadora Aurilene Vieira.
Outros condutores escalados para o revezamento em Brasília são figuras de ligação histórica com a capital, casos de Joaquim Cruz, ouro nos Jogos de Los Angeles-1984; Hugo Parisi, classificado para os Jogos do Rio e um dos principais nomes dos saltos ornamentais do País; João José Vianna, o ex-jogador de basquete Pipoka, ouro no histórico Pan de Indianápolis, em 1987, e atleta da seleção por 13 anos; Lúcio, pentacampeão com a seleção brasileira de futebol na Copa de 2002; Leandro Macedo, dono da melhor colocação de brasileiros em triatlo olímpico; e Joilto Bonfim, duas vezes campeão sul-americano nos 110m com barreiras.
Segundo a secretária de Esporte, Turismo e Lazer do GDF, a ex-jogadora de vôlei Leila Barros, 27 órgãos do GDF se envolveram na organização do revezamento. No final do tour, a tocha olímpica vai ser entregue para celebração na Esplanada dos Ministérios, prevista para as 20h20. As apresentações musicais no palco que ficará no gramado central, na altura da Biblioteca Nacional de Brasília, começam às 16h30.
A festa terá artistas locais entre as atrações: Ellen Oléria, Renata Jambeiro, Dhi Ribeiro, Zé do Pife e as Juvelinas, Zé Regino, Mamulengo Presepada, Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro, Boi do Seu Teodoro e Associação Cultural Namastê. No encerramento, apresentam-se Diogo Nogueira e Daniela Mercury.
Antes de a tocha chegar ao palco da Esplanada, será realizado um ato pela paz. Participarão da solenidade a ativista moçambicana Graça Marchel, viúva de Nelson Mandela, o ex-atleta Joaquim Cruz e representantes da Universidade Internacional da Paz e da United Religions Initiative.
A organização promete um espetáculo diversificado na passagem da Tocha Olímpica por Brasília. Nos 40 quilômetros em que será carregada pelos condutores, a maioria do percurso será, como de costume, com corridas. Mas haverá outros meios, como rapel, bicicleta, barcos, canoa havaiana e até a nado. O percurso começará na rampa do Palácio do Planalto, após cerimônia, por volta das 10h. De lá, a tocha será levada ao Congresso Nacional.
O fogo olímpico seguirá pelo Eixo Monumental, descerá de rapel pela Ponte JK, navegará em canoa havaiana pelo Lago Paranoá, descerá de helicóptero e rapel no Estádio Mané Garrincha, fará trilha no Parque Nacional, conhecido como Água Mineral, e centro de Taguatinga, Riacho Fundo I, Guará, Asa Sul, Parque da Cidade, e Esplanada dos Ministérios, nas proximidades da Biblioteca Nacional de Brasília, local em que a Tocha será repassada ao último condutor, a secretária do Esporte, Turismo e Lazer, Leila Barros, que, por volta das 20h20, acenderá a pira para o pernoite da tocha.
Segundo informações da Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social, a Operação da Tocha Olímpica inclui cerca de 6 mil servidores públicos vinculados a 42 órgãos dos governos local e federal. Desse total, cerca de 3,5 mil integram o sistema de segurança pública do DF (Secretaria de Segurança Pública, Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros e Detran).
O movimento paralímpico brasileiro também estará presente na primeira etapa do revezamento da tocha. Quatro atletas e o presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Andrew Parsons, estão escalados para carregar a chama pelas ruas da capital federal.
O primeiro deles será o velocista Alan Fonteles. Medalha de ouro nos Jogos Paralímpicos de Londres nos 200m T44, Alan vai ser um dos oito condutores a levar o fogo olímpico no Setor de Indústrias e Abastecimento (SIA), última parada da tocha antes de seguir para Taguatinga. No mesmo trecho, a atleta Natália Mayara, do tênis em cadeira de rodas, participará do revezamento. Ela foi campeã dos Jogos Parapan-Americanos de Toronto 2015.
Em Taguatinga, o representante dos atletas paralímpicos será Ariosvaldo Silva, o Parré, velocista que participou dos Jogos de Pequim 2008 e Londres 2012. Por último, Shirlene Coelho, campeã paralímpica em Londres no arremesso de dardo F37/38 e prata em Pequim, carrega a chama na L2 Sul, já na parte final do revezamento.